fugimos, juntos, da verdade. queríamos mais, o corpo, a alma, o mundo, queríamos tanto... e sobrou nada. o vazio assombrou e agora? os corpos estão frios, distantes da vitalidade dos dias quentes e das gargalhadas simples. ainda te lembras sobre a sombra de um carvalho, a tua mão morena entrelaçada na minha pálida, quase mármore... o quanto brincavas com a alça da minha camisola. divertia-te o facto de me arrepiar cada vez que me tocavas. reclamava, afastava-te e desejava-te. resultado, apanhei um escaldão nas maças do rosto e um sorriso nos lábios. porque ele desapareceu?
fomos um "quase" tudo, somos um "quase" nada e seremos finalmente o todo...
não me toques, se não perco a coragem de me despedir para sempre. perdoei-te. voltaste e parti. porque? sou um fantoche nas tuas mãos. pior, és o meu ponto fraco, a minha tentação, o meu vício, os meus erros e os meus sonhos. não foste perfeito, nunca! mesmo assim, amei-me da maneira menos convencional possivel. amei-te. portanto, foge, corre rápido para um lugar onde não te encontre e não te corrumpa com este sentimento. foge e...
adeus.