Sento-me na cadeira almofadada. A minha amiga trata de ligar o computador. Entre resmungos do parceiro da frente sobre ou os meus trajes serem demasiado fora do comum ou do tom de pele da minha amiga estar ainda mais claro do que o usual, dá-se início a mais uma aula. O professor de óculos fundo garrafa, num tom monocórdico, dá as boas vindas e as instruções da ordem de trabalhos para aquele dia. Distribui fichas pela turma mas a atenção reside na conversa instalada pelos três - a copo, a amiga e o parceiro. A minha amiga empenhava-se na escolha de palavras para descrever um dos momentos fulcrais no desenvolvimento da leitura do Hush Hush. Formava-se na minha mente a imagem idílica do Patch. As maças do rosto coram instantaneamente. Ambas nos rimos do ridículo da situação. Vocês são umas tolas. Que tal desligar o programa sem gravar?! A lembrança do meu esquecimento de gravar os programas dá azo a gargalhadas. O professor nem tenta silenciar-nos. Sabe que é impossível. A picardia entre os três mantém-se até ressoar nas paredes o toque de saída. Aí o riso transpõem as paredes e abraça o mundo todo. Sabem, é bom ter-vos nestas aulas. Com um abraço nos ombros da minha amiga e meu, acrescenta. Porque eu gosto um bocadinho de vocês. Mesmo pequenino, claro!